domingo, 5 de julho de 2009

Rachmaninov - Concerto nº 2 finale

Para começar bem a semana. O pianista Andrei Gavrilov toca o brilhante Concerto nº2 de Rachmaninov. Esta é a minha parte favorita.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

"Billy Elliot" ganhou 10 prêmios Tony

"Billy Elliot - The Musical" foi o grande vencedor dos prêmios mais importantes do teatro norte-americano, ao receber dez troféus Tony, no domingo (07/06), após uma temporada na Broadway que desafiou a recessão e quebrou recordes nas vendas de ingressos.

"Billy Elliot" é baseado no filme de 2000 do diretor Stephen Daldry, indicado ao Oscar, sobre um garoto que dança balé numa cidade mineradora do norte da Inglaterra. A música da produção foi composta por Elton John, que foi também quem sugeriu que o filme fosse adaptado para o teatro.

"Billy Elliott" ganhou o Tony de melhor musical, e os três atores adolescentes que fazem o papel-título -- David Alvarez, Trent Kowalik e Kiril Kulish -- receberam o prêmio de melhor ator num musical. É a primeira vez que o prêmio é dividido entre três pessoas. Daldry, que levou para casa o Tony de melhor diretor de musical, disse que os garotos são "três grandes dádivas da Broadway". "Billy Elliot" já foi encenado também na Grã-Bretanha e Austrália. (Reuters)


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quadros de uma exposição - Mussorgsky

Bela sugestão lida no blog do Ricardo Noblat. Para começar bem a semana.

Modest Mussorgsky, o grande compositor russo,escreveu sua mais conhecida obra, "Quadros de Uma Exposição", em 1874, como peça para piano.

A obra descreve 10 quadros de uma exposição do pintor russo Victor Hartman. A grande difusão da composição veio após sua adaptação para orquestra feita por Maurice Ravel em 1922.

A "Philharmonia Orchestra", uma das melhores orquestras inglesas, apresenta neste vídeo os quadros "Promenade" e "Old Castle". Ele é regida pelo maestro finlandes Esa Pekka-Salonen, que é o seu atual diretor musical.




domingo, 31 de maio de 2009

Bill Evans Trio - Someday My Prince will Come

Um video bem legal para quem curte jazz e referências ao mundo da animação. Bill Evans, Chuck Israels e Larry Bunker tocando "Someday My Prince Will Come", tema do clássico filme "Branca de Neve e os Sete Anões" de 1937. O tema original é do compositor Frank Churchill. A versão jazzística foi apresentada na TV em 19 de março de 1965.

terça-feira, 26 de maio de 2009

"Bolt" - trilha de John Powell


E mais um destaque de cinema. Desta vez de animação. "Bolt - Supercão" tem uma divertida trilha repleta de ação, superando em criatividade as trilhas de "Chicken Little" (John Debney) e "A Família do Futuro" (Danny Elfman). Transcrevo abaixo algumas curiosidades sobre a trilha e deixo três temas do filme: "Bolt Transforms", "Scooter Chase" e "Unbelievable TV".

O versátil compositor John Powell, cuja lista de créditos inclui de grandes produções de ação (A Identidade Bourne, Uma Saída de Mestre, O Ultimato Bourne) ao popular longa-metragem de animação (Shrek, Horton e o Mundo dos Quem, Happy Feet – O Pingüim), valeu-se de seu talento em ambos os gêneros.

A trilha musical de BOLT - SUPERCÃO pedia um compositor com habilidade para compor a música dos momentos intensos das cenas de ação, bem como de todo o espectro de emoções necessárias a um longa-metragem de animação Disney. Os cineastas encontraram tudo o que eles procuravam no aclamado compositor John Powell. Clark Spencer explica: “BOLT - SUPERCÃO parece, de fato, dois filmes em um. Você tem o seriado de TV e tem o mundo real.

Nós precisávamos de alguém que compusesse o tema do seriado e toda uma trilha para acompanhar os eventos da série televisiva, juntamente com a música adequada à jornada Bolt. John compôs as trilhas de grandes filmes de ação como A Identidade Bourne (The Bourne Identity) e Uma Saída de Mestre (The Italian Job), e também teve enorme êxito com sucessos de animação como A Era do Gelo 2 (Ice Age 2). Ele entende de animação e foi uma escolha natural para este filme. Ele fez um trabalho fenomenal e creio que os espectadores irão curtir e apreciar a transição do seriado de TV para o mundo real. Ele pega os temas do seriado e gradualmente os incorpora ao mundo real.”

“A contribuição de John para o filme é sensacional”, acrescenta Howard. “Ele interpreta ambos os extremos do espectro emocional com a mesma vitalidade.
A trilha do seriado de TV é totalmente voltada para ação, com muitos sintetizadores, percussão e algumas escolhas musicais de vanguarda. Ele compôs ótimas peças sinfônicas para o resto do filme que têm o visual mais artesanal de algo feito a mão, e é mais relaxado e emocional. A música é muito importante num longa-metragem de animação. Nos momentos emotivos, se você pegar pesado ou leve demais, você podem desagradar ao público e eles não sentirão a emoção esperada. Com a música de John, não há oportunidades perdidas.”





sexta-feira, 22 de maio de 2009

BLAST!!!

BLAST! é uma produção da Broadway criada por James Mason e o Cook Group Incorporated. Venceu em 2001 o prêmio Tony (a mais importante premiação do teatro norte-americano) como Melhor Evento Especial do Teatro, e ainda ganhou um Emmy por "Melhor Coreografia".

A música apresentada usa exclusivamente instrumentos do grupo dos metais e percussão, além de instrumentos normalmente não usados em bandas ou fanfarras como French horns,trombones e sintetizadores. Seguindo um pouco a própria inspiração numa fanfarra, o grupo também possui bailarinos e uma série de adereços como bandeiras e bastões.

Após sua passagem pela Broadway em 2001, "Blast" viajou em tour pelos EUA. Duas de suas escalas foram o Disney´s California Adventure (na Califórnia) e o Epcot (na Flórida), onde foi recebido com grande sucesso.

Outras produções foram criadas como o "Blast! II Shockwave" e o "Mix: Music in XTreme" O espetáculo original "Blast!" tinha o seguinte formato:

Act One

* "Boléro" – (M. Ravel)
* "Color Wheel" – (J. Lee)
* "Split Complimentaries" – (J. Talbott)
* "Everybody Loves the Blues" – (M. Ferguson/N. Lane)
* "Loss" – (D. Ellis)
* "Simple Gifts"/"Appalachian Spring" – (A. Copland)
* "Battery Battle" – (T. Hannum/J. Lee)
* "Medea" – (S. Barber)

Act Two

* "Color Wheel Too" – (J. Vanderkolff)
* "Gee, Officer Krupke!" (from West Side Story) – (L. Bernstein/S. Sondheim)
* "Lemontech" – (J. Vanderkolff)
* "Tangerinamadidge" – (B. Epperson/J. Vanderkolff)
* "Land of Make Believe" – (C. Mangione)
* "Spiritual of the Earth"
* "Marimba Spiritual"/"Earth Beat" – (M. Miki)/(M. Spiro)
* "Malagueña" – (E. Lecuona)

Destaco abaixo trechos de "Battery Battle", "Lemontech" e "Boléro".





Rio recebe HarpFusion

Vi agora há pouco, no Jornal das Dez na Globonews, um pouco da apresentação do grupo HarpFusion no Rio de Janeiro. Trata-se de um dos destaques do IV Festival Internacional de Harpa. O grupo HarpFusion é espetacular e foi divertido ouvir desde o tema da "Família Adams" até um misto de "Garota de Ipanema" e "Pantera Cor-de-Rosa". O destaque no grupo fica com a presença de Carrol McLaughlin, considera a maior harpista de jazz do mundo. Deixo detalhes do evento e um vídeo da Carrol.



Começa o IV RIO HARP FESTIVAL – IV Festival Internacional de Harpas do Rio de Janeiro, já consolidado como o maior do mundo, promovido pela Série Música no Museu. Com o sucesso das edições anteriores, o festival ganha agora duração de quarenta dias, com 82 concertos distribuídos por 25 espaços nobres do Rio, como o Mosteiro de São Bento, a Ilha Fiscal, CCBB, Jardim Botânico, além dos museus, igrejas e centros culturais que tradicionalmente sediam a série.

A festa mundial das harpas reúne mais de 30 harpistas internacionais, oriundos de 25 países, e brasileiros como Maria Célia Machado e Ana Miccolis. Grandes destaques do evento vão para o inglês Andrew Lawrence-King, maior harpista mundial relacionado à música antiga, as francesas Marrielle Nordman e Catherine Michel, a espanhola Maria Rosa Calvo y Manzano, a canadense Rita Costanzi, a tcheca Jana Bouskova e Carol McLaughlin, em apresentação solo e com seu extraordinário conjunto de harpas HARPFUSION. Formado por 15 instrumentistas, o HARPFUSION realiza dois concertos no Auditório Leopoldo Miguez, da Escola Nacional de Música.

O Festival atinge outras cidades brasileiras, realizando 9 concertos em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Belém e Manaus. No Rio, harpistas ministram masterclasses na UNIRIO e no Conservatório Brasileiro de Música, e, popularizando o instrumento, realizam recitais em diversas estações do metrô.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

New World Symphony - Dvorak

Esta sinfonia é uma das minhas preferidas. Na TV está sendo usada em um comercial. O video a seguir mostra os principais trechos do 1º e 4º movimentos da Sinfonia do Novo Mundo (New World Symphony) do compositor checo Antonín Dvorák. Pretendo escrever mais sobre a sinfonia em breve. A regência do espetacular Claudio Abbado.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DJs de ocasião


Não sou e nunca fui baladeiro. Mas acompanho com certa curiosidade o fenômeno da música eletrônica no Brasil. Viver de música já é uma coisa complicadíssima. Só sabe disso quem é músico ou tem parente na família. E, acredito, os DJs já devem enfrentar uma séria competição com tantos neófitos oriundos de "cursos para DJ", concursos, aventureiros e finalmente... lógico que tinha que ter algo a mais para atrapalhar... DJs de ocasião.

Sei que muitos procuram uma balada de acordo com o DJ residente ou convidado, mas beira o estelionato musical (sim, sou exagerado) pagar para ir ver um ator de novela tocar sua seleção musical. OK, você pode achar até compreensível e divertido. Há gosto para tudo. E se soubesse que uma casa pode pagar R$ 8 mil por um DJ que na verdade é galã da novela das sete??? Será que os DJs "mortais" ganham... vamos lá.. metade disso por uma noite? Fazendo uma, digamos, comparação invertida... pagar para ouvir o ator que faz o "maluco" na novela seria o mesmo que pedir ao saudoso tenor Luciano Pavarotti que cantasse "Fuscão Preto". Pelo menos criou-se uma nova profissao: Personal DJ!

Acompanhe agora um trecho da matéria do portal G1. Eu volto depois!

O DJ Bruno Gagliasso [foto] gosta de tocar "anos 80, tipo Balão Mágico e Raul". A DJ Deborah Secco põe todo mundo para rebolar com funk carioca, enquanto a DJ Denise Fraga consegue a mesma proeza, mas com samba de raiz nos toca-discos. Já André Marques contratou até um "personal DJ" para aprimorar sua mistura de house e tecno.

Não se tratam de homônimos de astros globais que estão comandando as picapes de festas descoladas. São elas mesmas, as celebridades, que andam atraindo os holofotes na noite do Rio e de São Paulo com seus discos - ou Ipods - cheios de surpresas.

"Não sou profissional. Só brinco de pôr um som", explica Bruno Gagliasso, destaque da novela "Caminho das Índias" e DJ de ocasião. "É uma sensação difícil de explicar: ver as pessoas ali dançando empolgadas com as músicas que você está tocando", conta o ator, que também inclui em seus sets "funks das antigas, tipo Claudinho e Buchecha e MC Marcinho".

Em geral, as festas em que Bruno se arrisca como DJ são promovidas por marcas interessadas em atrair os flashes do colunismo social. No último carnaval, a atriz Luana Piovani tocou em um camarote patrocinado por uma marca de cerveja, assim como a colega, Deborah Secco.

André [Marques], no entanto, não gosta de ser encaixado na categoria "famosos que se arriscam nas picapes". "O pessoal tem muito preconceito. Quando eu chego para tocar no clube, acham que não sei de nada. Mas geralmente surpreendo, modéstia à parte", revela o apresentador que é o atual residente de um projeto quinzenal às sextas-feiras no clube Royal, no centro de São Paulo, e tem uma agenda cheia de convites para tocar em baladas Brasil afora.

"Claro que minha prioridade é ser ator e apresentador. Mas posso dizer que DJ é a minha segunda profissão", conta André, que não vê como entrave a proposta de lei do senador Romeu Tuma (PTB), que sugere que todo DJ precise de um diploma e registro no Ministério do Trabalho para exercer o ofício.

"Sei que a maioria dos DJs mais experientes é contra a regulamentação. Mas se precisar, corro atrás, tiro diploma...", garante o astro global.

VOLTEI

Eu entendi bem? Querem sugerir que todo DJ precise de diploma e registro? É o HORROR!!! Vão cobrar diploma dos demais músicos também? Eu sou da opinião que um DJ ganharia tendo mais cultura musical, mas isso tudo é um exagero. O que falta mesmo é bom senso e vergonha na cara.

One is the Loneliest Number

Para começar a semana!



Letras:

One is the loneliest number that you'll ever do
Two can be as bad as one
It's the loneliest number since the number one

"No" is the saddest experience you'll ever know
Yes, it's the saddest experience you'll ever know
'Cause one is the loneliest number that you'll ever do
One is the loneliest number, whoa, worse than two

It's just no good anymore since you went away
Now I spend my time just making rhymes of yesterday
One is the loneliest number
One is the loneliest number
One is the loneliest number that you'll ever do
One is the loneliest, one is the loneliest
One is the loneliest number that you'll ever do

It's just no good anymore since you went away

Number
One is the loneliest
Number
One is the loneliest
Number
One is the loneliest number that you'll ever do

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Música e Humor - Bud Spencer

Um dos propósitos do blog é também dar destaque ao bom humor em relação a música. Para começar, uma excelente indicação do amigo Fernando Ventura. É o trecho de um dos filmes malucos estrelados pela dupla Bud Spencer & Terence Hill. O coral do Lá-lá lá lá lá é hilário.


El Tambor de Granaderos - Chapí

Estava comentando trechos de "Pássaro de Fogo" (do grande compositor Igor Stravinsky) com o amigo Fernando Ventura. Ele, impressionado com um enorme instrumento de percussão, possivelmente um tímpano ou bombo sinfônico, me fez lembrar um composição que ouvi há anos num daqueles CDs de música clássica que davam de brinde com revistas. Trata-se de El Tambor de Granaderos (composição de 1896) do compositor espanhol Ruperto Chapí. É um bom exemplo para ouvir o uso dessa percussão. No Youtube existe uma apresentação. A orquestra não é lá essas coisas, mas a apresentação é bastante razoável e o importante é conhecer a música. E como diz o Fernando, daria uma boa música de desenho animado.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Focus - "Hocus Pocus"

Estive, por duas semanas, ocupado num freela que me ocupou muito tempo. E os horários eram um tanto dispersos, o que deixou minha rotina um pouco mais atribulada que o de costume. Mas no último dia de trabalho, um colega na mesa ao lado colocou o áudio alto deste vídeo para todos ouvirem. E é óbvio que seria impossível negar que chamou atenção.

Trata-se de "Hocus Pocus", da banda holandesa de rock progressivo Focus. A banda foi fundada em 1969 pelo organista e flautista Thijs van Leer. Outra música conhecida da banda chama-se "Sylvia". Deixo a dica aqui. Para uma tarde de trabalho é uma grande descoberta. :-)

Palmas para Susan Boyle!


Essa é para reforçar o velho dito popular: "Não julgue o livro pela capa!"

Uma voluntária da igreja de meia-idade com a voz de um anjo é a inusitada nova estrela da música britânica. Susan Boyle, de 47 anos, surpreendeu os juízes e a audiência quando elas cantou no concurso televisivo “Britain’s Got Talent” (“A Grã-Bretanha Tem Talento”, em inglês).

Nesta terça-feira (14), um videoclipe da apresentação de Boyle no YouTube foi assistido mais de 2,7 milhões de vezes. A escocesa desempregada que diz que “nunca foi beijada” foi recebida com indiferença quando disse aos juízes que sua ambição era ser uma cantora profissional.

Mas a sua impressionante versão de “I dreamed a dream”, do musical “Os miseráveis” deixou os juízes, normalmente duros na queda, embasbacados.

Eles foram cativados pela cantora de Blackburn, na Escócia ocidental. Normalmente fleumático, o juiz Simon Cowell disse que a voz de Boyle é “extraordinária”. Já Piers Morgan disse que sua performance “atodoante” foi “a maior surpresa que eu tive em três anos de programa”.

O episódio, primeiro da nova temporada de “Britain’s Got Talent”, foi assistido por 11,4 milhões de britânicos (em um país com uma população total de 60 milhões) no sábado (11). As casas de aposta britânicas já consideram Boyle a favorita para ganhar a série. (informações do portal G1)

segunda-feira, 23 de março de 2009

"Batuque" (Fernandez) e "Mambo" (Bernstein) sob regência de Gustavo Dudamel


Precisei copiar mais uma dica do Blog do Noblat. :-)

Gustavo Dudamel (1981-Lara/Venezuela), continua fazendo enorme sucesso e já é considerado o melhor jovem regente da atualidade.

No momento, ele dirige a "Orquestra Filarmônica de Los Angeles", mas em algumas oportunidades ainda rege a "Orquestra Sinfônica Juvenil da Venezuela", que ajudou a tornar um das melhores orquestras do mundo.

Entre a nova geração de maestros, não há promessa mais fulgurante que Gustavo Dudamel. Queridíssimo da imprensa especializada, que não se cansa de lhe dedicar reportagens, esse jovem de apenas 25 anos é admirado por expoentes da regência como o italiano Claudio Abbado, o argentino Daniel Barenboim e o inglês Simon Rattle – que o considera "música em estado puro". Dono de um estilo teatral, Dudamel é aplicado e capaz de interpretações repletas de personalidade, que vão muito além do que consta da partitura.

Aqui, em concerto em Lucerna, Suíça, a orquestra venezuelana, sob o comando de Dudamel, interpreta o conhecido "Batuque", de Lorenzo Fernandez (1897-1948), e "Mambo", da suite "West Side Story", de Leonard Bernstein (1918-1990).

sexta-feira, 20 de março de 2009

"Batuque", de Oscar Lorenzo Fernandez

Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948) foi um dos compositores de música clássica brasileira mais apreciados em todo o mundo.

A Orquestra Filarmonica de New York interpreta aqui a mais conhecida obra de Lorenzo Fernandez, "Batuque", da suíte sinfônica "Reisado do Pastoreio", sob a direcão de Leonard Bernstein (1918-1990), no inicio da carreira do regente, pianista e compositor americano. (Boa dica do Blog do Noblat)




domingo, 15 de março de 2009

Max Steiner - o pioneiro das trilhas de cinema


Se você curte trilhas de cinema, certamente já ouviu alguma trilha deste mestre. Não ouviu? Pois sinta-se obrigado a ouvir e, permita-me a "forçação de barra", a gostar. Estou falando de Max Steiner (1888-1971), pioneiro do estilo clássico das trilhas de Hollywood.

Nascido em Viena, teve educação musical clássica. Já em Nova York, trabalhou por 11 anos como diretor musical, arranjador, orquestrador e regente de operetas e musicais da Broadway. Em 1929, foi para Hollywood onde orquestrou um versão européia do filme "Rio Rita" para a RKO. O sucesso chegou, entretanto, com a trilha de "King Kong" (1933). Desde então, compôs centenas de trilhas para cinema como "E o Vento Levou" (Gone with the Wind - 1939), "Casablanca" (1942) e diversas aventuras de Errol Flynn.

No YouTube há uma montagem com várias trilhas clássicas de Steiner. Preciso confessar que adoro a trilha do clássico "As Aventuras de Don Juan" (The Adventures of Don Juan - 1949), uma espécie de pastiche e "crítica" bem humorada aos filmes desse estilo (trailer). Aproveitando o post sobre "Os Goonies", na cena em que o feioso Sloth desce pela vela do navio pirata, é tocado justamente o tema musical de "Don Juan". Perfeito!

Está aí o vídeo com os trechos de Steiner!

Quadros de jazz!


Quando eu era criança, meu pai de uma hora para outra decidiu adornar um canto da parede da sala do apartamento com retratos emoldurados de dois senhores. De início estranhei claro. Não eram retratos de parentes ou amigos. Ele então me apresentou aos dois.

O primeiro quadro era de Herbie Hancock (foto) e o segundo de Miles Davis. Lógico que nesta época ele estudava diariamente jazz e eu tive aulas disso por tabela. Confesso que nunca ouvi muitos trabalhos deles. E estou curtindo mais após minha fase musical (ouvindo, claro) George Gershwin e Aaron Copland, ambos norte-americanos muito mais clássicos ou sinfônicos.

Aos poucos irei dividir o que for aprendendo sobre Herbie, Miles e demais jazzistas e vou indicando músicas que estiver conferindo.

Para encerrar o post, um ótimo número musical com um time de primeira: Miles Davis, Herbie Hancock, Wayne Shorter e Ron Carter.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Goonies - "The Fratelli Chase"

Hora de falar em trilha de cinema. Como boa criança da década de 1980, um dos principais filmes desta geração foi "Os Gonnies" (1985). Direção de Richard Donner, história e produção de Steven Spielberg. Famoso video clipe da Cindy Lauper. E uma trilha fantástica que muitos, erroneamente, atribuem ao mestre das trilhas John Williams. A trilha é na verdade de Dave Grusin (1934), compositor de diversas trilhas de cinema e televisão e conhecido por ser repertório jazzístico.

Enfim, destaco a trilha da fuga dos irmãos (bandidos) Fratelli e o famoso clipe da Cindy Lauper. O clipe foi gravado nos intervalos das filmagens do filme. Isso pode ser notado pelo pouco ânimo do elenco que estava nitidamente cansado na hora de gravar o clipe.

The Fratelli Chase (Dave Grusin)


The Goonies 'R' Good Enough (Cindy Lauper)

terça-feira, 10 de março de 2009

Repertório para crianças III - "Pedro e o Lobo"


Fechando o trio principal do repertório para crianças, apresento "Pedro e o Lobo" (Peter and the Wolf) do compositor russo Sergei Sergeyevich Prokofiev (1891-1953). A obra é de 1936 e, mais uma vez, tinha o objetivo pedagógico de demonstrar as diversas sonoridades de instrumentos para as crianças. A diferença é que desta vez cada personagem da história é representada por um instrumento diferente.

A obra ficou popular quando Walt Disney criou uma versão animada para o filme "Música, Maestro" (Make Mine Music) de 1946. Na versão Disney, alguns personagens ganharam nome mas mantiveram-se os instrumentos.

- Sacha, o Passarinho: Flauta
- Sonia, o(a) Pato(a): Oboé
- Ivan, o Gato: Clarinete
- Avô: Fagote
- Lobo: 3 trompas
- Caçadores: tímpano e bumbo (o tema dos caçadores é introduzido realmente pelo woodwinds)
- Peter: quarteto de cordas

A história (que algumas vezes é modificada) é narrada enquanto a orquestra toca a composição. De qualquer modo me contento ainda com a versão Disney que continua sendo mágica e inesquecível.

Abaixo em duas partes a versão Disney de Pedro e o Lobo e ainda um especial do programa Disneylândia onde vemos o próprio Walt Disney falando de Prokofiev (no caso, um ator no papel do compositor).

Parte 1 - Pedro e o Lobo


Parte II - Pedro e o Lobo


Walt Disney e "Prokofiev"

Repertório para crianças II - "Carnaval dos Animais"


A segunda peça sinfônia do repertório infantil é Carnaval dos Animais (Le carnaval des animaux) criada em 1886 pelo compositor francês Camille Saint-Saëns (1835-1921), enquanto passava férias na Áustria. Trata-se de uma peça para 2 pianos e orquestra. A peça tem uma duração média de 30 minutos.

Se em "Guia Orquestral para Jovens" de Britten a idéia era apresentar os instrumentos, aqui a obra tenta descrever musicalmente (incluindo narração) diversos animais através de uma suíte em treze segmentos e o "finale". Pela ordem a peça apresenta:
  1. Introdução e Marcha Real do Leão
  2. Galinhas e Galos
  3. Burros (animais velozes)
  4. Tartarugas
  5. O Elefante
  6. Cangurus
  7. Aquário
  8. Personagens com orelhas compridas
  9. O cuco nas profundezas dos bosques
  10. Pássaros
  11. Pianistas
  12. Os Fósseis
  13. O Cisne
  14. Final (Carnaval dos Animais)
Foram produzidas diversas gravações especiais mas gostaria de destacar duas produções. Em 1976, a Warner Bros. produziu um especial de TV dirigido pelo mestre da animação Chuck Jones apresentando uma versão reduzida do Carnaval dos Animais, tendo como apresentadores e narradores (também pianistas) Pernalonga e Patolino. A música ficou a cargo de uma orquestra regida pelo maestro Michael Tilson Thomas.

No Brasil, a Warner lançou nos anos 1990 um VHS deste título sob o nome Festival dos Animais. Não é o melhor trabalho de Chuck Jones e a animação em si é pouco inspirada. Musicalmente então alguns fãs podem se decepcionar já que os segmentos "Tartarugas", "Burros", "O Cuco", "Pianistas" e "O Cisne" não foram usados no especial.

Já em 1999, a Disney lançou "Fantasia 2000" que traz o "Finale" com uma divertida história envolvendo um flamingo e seu ioiô.

Logo abaixo deixo três dos meus trechos favoritos da peça: Aquário, Fósseis (ambos com narração de Roger Moore e o Final (este direto de "Fantasia 2000").

Aquário


Fósseis


Final (Fantasia 2000)

Repertório para crianças I - "Guia Orquestral Para Jovens"


Vou dedicar este e os próximos dois posts ao repertório sinfônico geralmente direcionado ao público infantil. São 3 peças muito belas e envolventes e que certamente chamam atenção das crianças e de qualquer um com bom gosto musical. Servem bem para o público "mirim" por serem curtas e escutadas ao vivo então é muito melhor. Como cita o glossário da OSESP:

As crianças são sempre bem-vindas aos concertos e trazê-las é a melhor forma de aproximá-las de um repertório pouco tocado nas rádios e pouco explorado pelas escolas. A partir dos oito anos, já em idade escolar, elas apresentam uma capacidade de concentração mais desenvolvida. Aconselhamos a escolha de repertórios específicos e peças que não ultrapassem os 40 minutos de duração.

OK, então vamos dar uma mãozinha (acredito que muitas crianças, pais e interessados que visitam o site Animagic estão lendo o blog) e destacar a primeira das 3 peças do repertório "infantil".

The Young Person's Guide to the Orchestra (Guia Orquestral Para Jovens), opus 34, é uma composição do inglês Benjamin Britten (1913-1976) de 1946 com o subtítulo "Variações e Fuga sobre um Tema de Purcell".

O trabalho é baseado em um tema de "Abdelazar" (de Henry Purcell). A composição começa com o tema sendo tocado de forma grandiosa por toda a orquestra. Logo em seguida, e aí está o lado educacional da obra, vemos o mesmo tema tocado pelas seções individuais da orquestra. Primeiro as madeiras, depois os metais; as cordas e finalmente a percussão. Depois a orquestra toca variações do tema. Normalmente tocado e gravado sem narração, o maestro pode eventualmente descrever os intrumentos (o texto original é do amigo de Britten, Eric Crozier).

Vou deixar os videos abaixo. Primeiro é o vídeo em duas partes do maestro Michael Tilson Thomas regendo "Guia Orquestral para Jovens" com a London Symphony Orchestra. Em seguida, deixarei dois vídeos com narração em português do professor Moisés Cantos.

Parte 1


Parte 2


Agora com a narração em português descrevendo os instrumentos da orquestra:
Parte 1


Parte 2

De onde vieram os nomes das notas?


Mais uma do glossário da OSESP e nem eu sabia! Volto depois :-)

Apesar de registros de notações musicais na Grécia Antiga e entre os chineses do século III, apenas em St. Gall (Suíça), quase mil anos mais tarde, as notas passaram a ser marcadas com maior precisão. Para os nomes das notas, os povos de língua anglo-germânica adotaram letras, de A a G, enquanto os de língua latina seguiram o hino a São João Batista, introduzido nas aulas de Guido d’Arezzo, no século XI: UT queant laxis, REsonare fibris, MIra gestorum, FAmuli tuorum, SOLve polluti, LAbii reatum, Sancte Ioannes. (Para que possam ressoar as maravilhas de teus feitos com largos cantos, apaga os erros dos lábios impuros, ó São João).

Há algumas hipóteses sobre a substituição de Ut (até hoje utilizado na França) por . Uma delas a atribui ao musicólogo Giovanni Battista Doni, no século XVII; outra, ao teórico Giovanni Maria Bononcini, autor do tratado Il Musico Prattico, publicado em 1673. A razão pela qual ocorreu a mudança é incerta. Acredita-se que foi para facilitar a pronúncia nos exercícios de solfejo. O teria sido retirado da palavra Dominus (“Senhor”, em latim).

VOLTEI: Para fechar o post nada melhor que o duelo entre o Pato Donald e o Patolino no filme "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988) tocando a Rapsódia Húngara nº 2 (Hungarian Rhapsody No.2) de Liszt.



Aos iniciantes de música sinfônica (ou clássica)


Aí vai o bom glossário feito pelo site da OSESP para quem não conhece bem os detalhes de uma orquestra. Alguns tópicos dele deixarei para futuros posts.

Quando devo bater palmas?

É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras. Preste atenção, pois muitas peças apresentam movimentos, com pausas entre eles.

Mas com que roupa ir (assistir)?

É fundamental que você se sinta confortável em sua vinda à Sala São Paulo. Não há necessidade alguma do uso de trajes sociais. Pedimos apenas que sejam evitadas bermudas e chinelos; afinal, os músicos esperam por vocês de casaca ou terno.

Silêncio!?

Diferentemente de outros gêneros musicais, a música de concerto valoriza pequenas sutilezas sonoras, detalhes e sons muito suaves; assim, o silêncio por parte da platéia é muito importante.
Quem é aquele violinista que recebe o cumprimento do maestro?

O spalla (leader na Inglaterra, concertmaster nos Estados Unidos, Konzertmeister nos países de língua germânica) é o primeiro-violino da orquestra. Ele executa passagens solistas, serve como regente substituto e repassa aos outros músicos as determinações do maestro. Até meados do século XIX, grande parte das apresentações eram regidas pelo spalla, que utilizava o arco para marcar o tempo da música. O termo italiano pode indicar tanto a região do colo onde é apoiado o violino, quanto o personagem que, no teatro de revista, dá suporte ao ator principal.

O que significa a indicação de “Op.”?

O “Op.”, que você encontra nos títulos de muitas das obras tocadas pela Osesp, é a abreviação do termo latino opus (em português, ‘obra’), e aparece sempre acompanhado de um número para identificar uma peça ou um grupo de peças na produção de um compositor. Por exemplo, o Concerto nº 2, Op.18, de Rachmaninov é a peça de número 18 no catálogo de suas obras. Mas cuidado, nem sempre o opus representa a seqüência cronológica das composições. Para alguns compositores foram criados catálogos próprios, como o BWV, Bach-Werke-Verzeichnis (Catálogo das Obras de Bach); o KV, Köchel Verzeichnis (Catálogo Köchel) de Ludwig Köchel para as obras de Mozart; o D, Deutsch, de Otto Erich Deutsch para as obras de Schubert; e o HoB, Hoboken, de Anthony van Hoboken para as obras de Haydn.

O que são os andamentos e movimentos das músicas?

Desde o século XVI, os compositores procuram formas de indicar nas partituras a velocidade e a expressão de suas músicas. Porém, até o século XIX, não havia marcadores precisos de tempo, como o metrônomo, e os autores passaram a utilizar termos e expressões para determinar a rapidez, ou o andamento, da música. Por força da tradição musical italiana, passou-se a adotar internacionalmente termos como: largo (lento); adagio (calmamente); andante; moderato; allegro; vivace; presto (rápido); muitas vezes acompanhados de ‘comentários’, como assai (bastante), ma non troppo (mas nem tanto), con moto (com movimento) entre tantos outros. Muitos autores preferiram usar tais indicações em seus próprios idiomas. Dessa forma, cada parte das obras, ou movimento, leva um título que indica o andamento daquele trecho.

Por que o oboé afina a Orquestra?

Após a entrada do spalla, a orquestra espera a nota Lá do oboé para começar a afinar, mas por que o oboé? Os oboístas da Osesp explicam que a tradição surgiu no século XVII, época em que esse instrumento, diferentemente dos outros sopros, estava presente em quase todas as orquestras e repertórios. Além disso, o timbre, o volume e o posicionamento do oboé na orquestra fazem com que ele seja facilmente ouvido por todos os músicos. Por último, uma vez feita a palheta, a afinação do oboé é dificilmente modificada, garantindo a precisão da freqüência de 442 Hz. Por estes motivos, o oboé foi eleito o ‘diapasão’ da orquestra.

* A foto deste post é do oboé! :-)

O que é música clássica?


Em música ou qualquer outra área artística as conceituações são notórias e polêmicas. Mas nenhuma é tão complexa quando a que tenta responder o que é música clássica? Alguns consideram melhor chamar tudo de música erudita, pois música clássica são composições produzidas em um determinado período marcado por grandes nomes como Mozart e Beethoven. Música erudita por si dá a entender um rótulo também elitista ao conceito.

No site da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) é descrito assim: Na verdade, nenhum dos dois termos é apropriado. Para apreciar a música tocada pela Osesp, não é necessário qualquer grau de erudição. Já o termo ‘clássico’ refere-se apenas a um período da história da música, o Classicismo (época de Mozart), que veio depois do Barroco (de Bach) e antes do Romantismo (de Mahler). Você pode se referir à música que a Osesp apresenta como música ‘sinfônica’ ou música ‘de concerto’.

Meses atrás descobri o excelente blog Diz que não gosta de música clássica? do português Fernando Vasconcelos que tratou de forma muito interessante o tema. Ele escreveu um post usando como base a definição dada pelo maestro e compositor Leonard Bernstein que descreve o que chamamos de música clássica como música EXATA. Vou reproduzir alguns trechos do artigo que pode ser lido inteiro aqui.

Então por que razão é necessária a definição? Bem essencialmente porque a razão pela qual classificamos as músicas anteriores como sendo "clássicas" é simplesmente porque não são de um qualquer outro tipo que reconhecemos. Mais ainda apenas utilizamos esta palavra porque esta parece melhor do que outras que por vezes ouvimos serem utilizadas. Por exemplo música "séria" por oposição à música que ouvimos para nos divertirmos de forma menos consciente, designação que também não é especialmente brilhante porque há muitas outras formas de música "séria".

Outros utilizam a palavra "erudita" indicando dessa forma que apenas pessoas com cultura e erudição o que também está manifestamente errado porque obviamente pode-se entender e gostar de música "clássica" sem ter formação ou serem especialmente versados em arte.

Outras pessoas utilizam a designação de música sinfônica o que estando correto é redutor porque isso deixa de fora uma série de formas de música... Assim esta palavra - Exata - seria uma excelente designação para este tipo de música porque apenas existe uma forma correcta de interpretar cada composição e essa foi o compositor que nos forneceu.

Assim em termos de definição podemos dizer que música clássica (ou música "exata") é qualquer uma em que o compositor nos indica de forma explícita e exata como deve ser interpretada a sua música - o que se segue é uma adição ao que Bernstein disse - e em que o interprete para além do explicitamente mencionado se pode igualmente basear num conjunto de regras implícitas que podem ser derivadas das regras de composição do período ou do hábito ou vontade manifesto da sua quebra.


O problema - e aqui retomamos Bernstein - é que se Exata é uma palavra certa, Clássica não é. Música Clássica refere-se a um período especifico no tempo marcado pelos compositores Haydn, Mozart e Beethoven e não ao conjunto de tudo o que normalmente associamos a música clássica...


Música clássica é toda aquela em que o compositor explicita de forma exata o que pretende baseando-se num conjunto de regras de composição (ou na sua quebra óbvia e voluntária), regras essas que provêm da prática comum da sua época resultantes de uma evolução ao longo de séculos que nos levou da música renascentista, ao barroco, ao clássico, ao romantismo e depois ao eclodir da miríade de escolas nacionais e ao "individualismo" dos nossos dias
.

O desenho deste post mostra o maestro Leonard Bernstein (1918-1990) em desenho feito pelo genial artista Al Hirschfeld (1903-2003) cujos desenhos adornam o atual banner do blog. Hirshfeld inspirou o animador Eric Goldberg a animar o Gênio em "Aladdin" (1992) e na direção do segmento Rhapsody in Blue em "Fantasia 2000".

Abaixo no vídeo, Leonard Bernstein rege sua composição - a abertura Candide com a London Symphony Orchestra.



Educação Musical


Vamos ao primeiro post sério e reflexivo do blog. Já disse na apresentação do blog que não sou músico. Mas então estudar música mais de dez anos é perder tempo? Muito pelo contrário. É que infelizmente no Brasil não temos a cultura da Educação Musical. Tá certo que nos EUA o investimento nessa área diminuiu durante o governo George W. Bush (e deve aumentar com o Obama), mas lá se ensina música desde cedo nas escolas. Por isso mesmo vemos tantas fanfarras, big bands, peças teatrais e outras montagens. No Brasil, onde tudo é precário é mais difícil ainda imaginar aulas de música sejam no ensino privado ou público.

Mas enfim, vou utilizar a Wikipedia (atenção estudantes, nem tudo lá é perfeito!) para encontrar a conceituação de Educação Musical. Volto depois, OK?

Educação Musical
é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece assistematicamente na sociedade, por meio, principalmente, da industria cultural e do folclore e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino.

Nem sempre a Educação Musical busca a formação do músico profissional, muito embora para estes os conhecimentos desta área sejam importantes. A Educação Musical no âmbito da escola regular, por exemplo, busca musicalizar o indivíduo, ou seja, dar a ele as condições para que compreenda o que se passa no plano da expressão e no plano do significado quando ouve ou executa música. Musicalizar é dar ao indivíduo as ferramentas básicas para a compreensão e utilização da linguagem musical.

Diversas experiências em Educação Musical aconteceram em diferentes partes do mundo, principalmente no século XX. A preocupação com a Educação Musical, juntamente com o nacionalismo do início do século passado, marcou uma forte tendência mundial. Diversos educadores propuseram métodos e estratégias para a Educação Musical. Entre eles, destacam-se:

- Kodaly, na Hungria;
- Suzuki, no Japão;
- Villa-Lobos, no Brasil;
- Edwin Gordon, nos EUA;


A trajetória da Educação Musical, no Brasil, acompanha o desenrolar da educação brasileira. Há registros de uso da música na educação desde a chegada das primeiras missões jesuíticas ao país. Neste período, a música, bem como as demais artes, era empregada na catequese. Este quadro permanece praticamente inalterado, à exceção da ampliação dos colégios jesuítas, durante os séculos XVI, XVII e primeira metade do Século XVIII.

O Canto Orfeônico

Considerado o maior movimento de Educação Musical de massas já ocorrido no Brasil, o Canto Orfeônico ligava-se ao ideário escolanovista e tem sua imagem profundamente ligada ao governo de Getúlio Vargas. Foi durante o Estado Novo que o Canto Orfeônico se constituiu enquanto movimento, tendo à frente, o maestro Heitor Villa-Lobos.

O Canto Orfeônico esteve presente nas escolas brasileiras até o final da década de 1960, momento em que desaparece paulatinamente da educação. Isto aconteceu, entre outros motivos, depois da promulgação da Lei 5.692/1971, a qual tornou obrigatório o ensino de artes e também criou a chamada polivalência.

A polivalência no ensino de artes refere-se a idéia de que um mesmo profissional poderia dar conta de ensinar Artes Visuais, Teatro, Música e Dança.

A Lei 11.769/2008

A Lei 11.769, publicada no D.O.U. de 19 de agosto de 2008 altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, instituindo a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras.

VOLTEI

Não sei se a obrigatoriedade vai colar. Pois bem, aprender música serve para diversos fins. E espero que este blog ajude a quem se dispuser a acompanhá-lo a descobrir novidades.

Introduction - Apresentação


Olá! Muitos me conhecem pelo site Animagic, o primeiro dedicado exclusivamente ao cinema de animação.

Mas como muita gente vai entrar no blog não pelo site, então cabe uma rápida apresentação.

Meu nome é Celbi Vagner Pegoraro, paulistano, jornalista e pós-graduando em Política e Relações Internacionais, pesquisador de temas que variam da política, televisão, animação até o mundo da música. O interesse por música não é a toa. Minha família (mais o lado paterno) tem várias gerações de músicos. Meu pai, João Carlos Pegoraro é maestro e arranjador, minha avó Suzana é pianista e grande entusiasta da boa música. Minha tia-avó Cida é uma grande concertista (é um barato participar dos saraus de música clássica). Minha avó conta que meu tio também estudou piano e meus primos também têm forte ligação musical.

Sobre minha educação musical, comecei aos 6 ou 7 anos (depois preciso conferir isso) e fui até os 16 passando por órgão elétrico, piano e teclado. E passei por todo tipo de estudo tendo o meu pai como professor ... das músicas mais simples, passando por estudos clássicos (Bartók), exercícios de improvização em jazz e finalmente toquei alguns temas de cinema (notoriamente Disney, que era meu maior interesse). Dito isso, é preciso afirmar que eu não sou músico! Para ser músico é preciso ter dom e grande interesse para seguir em frente com os estudos. E dentre as possibilidades da verdadeira educação musical está entre outras coisas a apreciação estética musical, da qual fui grande beneficiário após anos de estudo e ouvindo boa música.

O propósito deste blog é dividir com vocês opiniões pessoais e dicas de boa música. E servir como laboratório para uma futura pesquisa envolvendo música brasileira. Serão posts sobre música erudita, popular, música de cinema e televisão, curiosidades, alguns off-topics (por que não?) e reflexões a cerca da educação musical e da crítica de arte (aí com o viés jornalístico). E, quando possível, alguns vídeos do meu pai mostrando seus trabalhos.

Gostaria de agradecer aos amigos Igor Willcox e Fernando Ventura pelo apoio me dado sobre a minha idéia de pesquisa e criação deste blog. Vida de blogueiro não é fácil e ainda tenho o meu site para tocar. Então atualizações não serão diárias, felizmente. Mas tentarei ao menos publicar alguns posts semalmente.

O nome do blog, Sinfonia Singular, remete a um dos nomes em português da clássica série de curtas de animação Silly Symphonies produzida por Walt Disney entre 1929 e 1939. Foi daí que surgiram grandes personagens como o Pato Donald e o Pluto que ganharam carreira solo. Outros nomes em português para a série foram Sinfonias Malucas e o agora oficial Sinfonias Tolas.

Aos leitores: podem comentar, perguntar, questionar e/ou criticar o que achar interessante - ad libitum (à vontade!)

Abraços.

Para começar bem o blog, o início do filme "Fantasia 2000" com o segmento 5ª Sinfonia de Beethoven (em versão reduzida).