terça-feira, 10 de março de 2009

Aos iniciantes de música sinfônica (ou clássica)


Aí vai o bom glossário feito pelo site da OSESP para quem não conhece bem os detalhes de uma orquestra. Alguns tópicos dele deixarei para futuros posts.

Quando devo bater palmas?

É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras. Preste atenção, pois muitas peças apresentam movimentos, com pausas entre eles.

Mas com que roupa ir (assistir)?

É fundamental que você se sinta confortável em sua vinda à Sala São Paulo. Não há necessidade alguma do uso de trajes sociais. Pedimos apenas que sejam evitadas bermudas e chinelos; afinal, os músicos esperam por vocês de casaca ou terno.

Silêncio!?

Diferentemente de outros gêneros musicais, a música de concerto valoriza pequenas sutilezas sonoras, detalhes e sons muito suaves; assim, o silêncio por parte da platéia é muito importante.
Quem é aquele violinista que recebe o cumprimento do maestro?

O spalla (leader na Inglaterra, concertmaster nos Estados Unidos, Konzertmeister nos países de língua germânica) é o primeiro-violino da orquestra. Ele executa passagens solistas, serve como regente substituto e repassa aos outros músicos as determinações do maestro. Até meados do século XIX, grande parte das apresentações eram regidas pelo spalla, que utilizava o arco para marcar o tempo da música. O termo italiano pode indicar tanto a região do colo onde é apoiado o violino, quanto o personagem que, no teatro de revista, dá suporte ao ator principal.

O que significa a indicação de “Op.”?

O “Op.”, que você encontra nos títulos de muitas das obras tocadas pela Osesp, é a abreviação do termo latino opus (em português, ‘obra’), e aparece sempre acompanhado de um número para identificar uma peça ou um grupo de peças na produção de um compositor. Por exemplo, o Concerto nº 2, Op.18, de Rachmaninov é a peça de número 18 no catálogo de suas obras. Mas cuidado, nem sempre o opus representa a seqüência cronológica das composições. Para alguns compositores foram criados catálogos próprios, como o BWV, Bach-Werke-Verzeichnis (Catálogo das Obras de Bach); o KV, Köchel Verzeichnis (Catálogo Köchel) de Ludwig Köchel para as obras de Mozart; o D, Deutsch, de Otto Erich Deutsch para as obras de Schubert; e o HoB, Hoboken, de Anthony van Hoboken para as obras de Haydn.

O que são os andamentos e movimentos das músicas?

Desde o século XVI, os compositores procuram formas de indicar nas partituras a velocidade e a expressão de suas músicas. Porém, até o século XIX, não havia marcadores precisos de tempo, como o metrônomo, e os autores passaram a utilizar termos e expressões para determinar a rapidez, ou o andamento, da música. Por força da tradição musical italiana, passou-se a adotar internacionalmente termos como: largo (lento); adagio (calmamente); andante; moderato; allegro; vivace; presto (rápido); muitas vezes acompanhados de ‘comentários’, como assai (bastante), ma non troppo (mas nem tanto), con moto (com movimento) entre tantos outros. Muitos autores preferiram usar tais indicações em seus próprios idiomas. Dessa forma, cada parte das obras, ou movimento, leva um título que indica o andamento daquele trecho.

Por que o oboé afina a Orquestra?

Após a entrada do spalla, a orquestra espera a nota Lá do oboé para começar a afinar, mas por que o oboé? Os oboístas da Osesp explicam que a tradição surgiu no século XVII, época em que esse instrumento, diferentemente dos outros sopros, estava presente em quase todas as orquestras e repertórios. Além disso, o timbre, o volume e o posicionamento do oboé na orquestra fazem com que ele seja facilmente ouvido por todos os músicos. Por último, uma vez feita a palheta, a afinação do oboé é dificilmente modificada, garantindo a precisão da freqüência de 442 Hz. Por estes motivos, o oboé foi eleito o ‘diapasão’ da orquestra.

* A foto deste post é do oboé! :-)

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